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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Um Headhunter pode estar ao seu lado!!


Leandro Souza sempre sonhou ser piloto de avião. Mas, tornar este sonho realidade não foi fácil. Hoje aos 33 anos, Leandro – nascido e criado no Rio de Janeiro, é Piloto Comercial de avião na aviação executiva e também  professor de Navegação Aérea, Performance e Teoria de Voo nas principais escolas de aviação da capital fluminense.
Mas nem sempre foi assim. Piloto é uma profissão cara. Leandro não tinha necessariamente todos os recursos financeiros para trilhar a profissão. Mas ele tinha outros recursos que o fizeram chegar lá. Descubra quais na entrevista abaixo.
1. Piloto é uma profissão para poucos, até mesmo considerada uma profissão de elite. Isto é verdade?
Devido aos custos relativamente elevados para a formação do piloto, e a falta de conhecimento dos caminhos para ingressar nessa maravilhosa profissão, infelizmente ser piloto de avião no Brasil continua sendo sim uma profissão para poucos, e um tabu para muitos. Outro fator que interfere é que a cultura aeronáutica no nosso país é pouco difundida se comparada por exemplo com os E.U.A. onde as crianças desde pequenas são inseridas no meio aeronáutico pelas próprias instituições de ensino. Com os avanços da tecnologia esse quadro já mudou um pouco.

2. Quanto custa ser piloto?
Levando em consideração a instrução teórica e prática, o investimento médio é em torno de R$ 100.000,00. 

3. Mas você não nasceu em um “berço-de-ouro”, certo?

Certíssimo! Não sou filho de Comandante, e muito menos tenho parentes que trabalham no setor aeronáutico. Minha família realmente não tinha condições de custear os meus cursos e as minhas horas de voo;  minha condição financeira era inversamente proporcional ao tamanho do meu sonho.

4. E como você – mesmo assim – resolveu ser piloto? Não bateu uma vontade de desistir da profissião por ser tão cara para ser seguida?

A minha vontade de voar profissionalmente sempre foi maior do que qualquer dificuldade financeira que eu encarei desde o início da minha formação como piloto. Obviamente, eu não iniciei a minha carreira sem fazer um planejamento prévio. Percebi que – como não tinha todos os meios financeiros – teria que recorrer a outros meios: responsabilidade, a pontualidade,  network e o interesse em absorver conhecimentos foram as armas que utilizei para lutar e me destacar.

5. O que você fazia antes de ser piloto de avião?

Eu era helpdesk  de informática e possuía uma pequena Lan House. Trabalhava no mínimo 6 dias por semana, 12 horas por dia. A minha remuneração nunca foi compatível com o stress e o tempo que eu gastava trabalhando com informática. Atualmente trabalho 15% do que trabalhava antes e sou muito melhor remunerado.

6. E quando foi que você decidiu que era hora de embarcar de cabeça em outra profissão e virar piloto ?

Tudo começou com uma amizade que eu fiz com um piloto recém chegado dos E.U.A . Ele estava convalidando as licenças dele no Brasil, e me convidou para conhecer uma escola de aviação no Aeroporto Santos Dumont. Inicialmente eu não consegui definir se era possível ou impossível seguir carreira até o fim, mas eu decidi arriscar. Iniciei os cursos teóricos que me possibilitaram conhecer mais profissionais do meio da aviação, e foi assim que eu pude enxergar os caminhos que me levariam a me tornar piloto. O apoio de amigos verdadeiros que encontrei na aviação foram fundamentais para que eu seguisse adiante.

7. Em algum momento deu vontade de desistir ou você chegou a achar que estava no caminho errado?

A mudança de profissão de uma forma geral é sempre um fator muito assustador. No meu caso não foi diferente. Em alguns momentos, eu tive receio de não conseguir concluir e me sentir frustrado pela não-realização do meu desejo de me tornar piloto. Também tive muito receio de receber críticas mais severas de familiares e conhecidos, caso eu não atingisse logo a minha estabilidade de vida aos 30 anos de idade. Isso tudo me fez refletir várias vezes, mas a dúvida quanto a minha decisão, e a vontade de crescer profissionalmente sempre foram maiores do que as dificuldades e as críticas que apareceram durante minha trajetória.

8. Ser piloto para você há 10 anos atrás era algo impossível? Como você fez o impossível virar realidade?

Há 10 anos atrás eu havia voado como passageiro uma única vez e tinha muito pouco contato com esta profissão; meu maior acesso veio posteriormente com a internet. Ser piloto para mim era algo COMPLETAMENTE impossível. O que fiz foi simplesmente me dar a oportunidade de pelo menos pesquisar sobre o assunto. Comecei a visitar os aeroportos de Jacarepaguá e do Santos Dumont além de ler bastante sobre o assunto. A iniciativa é algo que eu sempre tive como peça-chave para reverter o quadro da minha vida profissional e pessoal. Simplesmente não fiquei esperando nada “cair do céu”.

9. Há um consenso de que trabalhar é um mal necessário. Já tive a oportunidade de vê-lo momentos antes de pilotar e percebo que você quase parece se divertir com o fato de pilotar. Como é isso?

Exatamente.  É também muito gratificante saber que eu como piloto sou intermediador de cada gesto de felicidade dos passageiros que observo no reencontrando com os seus respectivos parentes no saguão do aeroporto. No retorno de cada voo de negócios, eu comemoro junto com os executivos os grandes negócios fechados. Tenho oportunidade de conhecer diferentes pessoas e culturas, desde o funcionário mais humilde do aeroporto, até a pessoa mais importante que pode embarcar no avião para o voo. Pode até parecer estranho o que eu vou falar, mas o meu o meu trabalho é sem sombra de dúvida o meu hobbie.

10. Alguma mensagem final aos leitores?

Não subestime uma pessoa por mais humilde que ela possa ser, você futuramente pode se deparar com algo que parecia ser impossível, porém apenas para o seu julgamento . Não subestime a você mesmo jamais. Entenda que NINGUÉM é capaz de lhe conhecer o suficiente para impor o limite no qual você é capaz de alcançar. Entenda que ter dinheiro pode te levar a obter êxito no início de sua carreira, mas a sua competência e iniciativa é que vão determinar se você vai se destacar nela. Quer ser bem sucedido na sua carreira? Não pense apenas nos seus interesses, não espere apenas que as pessoas façam por você. Independente do nível hierárquico de cada um que trabalha ao seu lado, do mais simples ao mais importante, contribua sempre!


Marcelo Cuellar

Headhunter - Gerente Executivo da Michael Page Brasil e blogueiro da revista Você SA.


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