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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Oportunidades exigem pensar com estratégia


O mundo contemporâneo enfrenta muitos desafios, a maioria deles originada ou agravada pela aceleração do processo de globalização, como decorrência do fim do bloco soviético e do avanço sem precedentes de tecnologias disruptivas.
A urgência ambiental e a crise financeira internacional impõem novos itens à pauta, mas persiste como pano de fundo a questão da sustentabilidade dos sistemas. Esse é o tema a definir escolhas em todos os níveis, desde os planos de negócios à estratégia dos países, até a escolha das carreiras profissionais.
Assim como no que se refere à destinação do capital financeiro, o entendimento dessa complexidade é fundamental, para que a escolha da formação individual não venha a se revelar no curto prazo um funil ou um beco sem saída. O leque das especialidades e profissões ligadas ao tema sustentabilidade parece muito amplo - e realmente oferece um vasto espectro de alternativas. No entanto, nem todas são promissoras no longo prazo.
Não apenas por causa do processo acelerado de inovações, que se pode perceber em muitos campos da atividade humana, mas principalmente porque ainda vivemos uma fase de transição entre modelos. Os chamados empregos verdes são uma dessas vertentes. No entanto, é preciso fazer uma análise que transcenda a oferta de oportunidades no curto prazo. O melhor exemplo desse cuidado é o caso dos digitadores, no início do período de informatização das empresas, ocorrido entre as décadas de 1980 e 1990, ou dos chamados programadores, na década seguinte.
Profissionais que se acomodaram em tarefas intermediárias foram atropelados com a evolução natural das tecnologias.
Pode-se especular que futuro terão as profissões relacionadas à produção e logística de combustíveis alternativos quando uma tecnologia disruptiva criar motores híbridos ou elétricos de alto desempenho, capazes de colocar em xeque os sistemas propulsores a explosão. Mesmo no caso de setores consolidados ou muito promissores, como o de energia solar ou eólica, é preciso saber diferenciar que atividades irão oferecer as melhores oportunidades de crescimento profissional e quais vão permanecer como meras tarefas operacionais.
Em todas as ocupações e especialidades é preciso escolher o caminho que conduz mais longe, porque a eventual necessidade de mudar de ramo no meio do trajeto pode ser causa de grandes perdas, como ocorreu com os especialistas em linguagens computacionais que se tornaram obsoletas de uma hora para outra.
No caso das "carreiras verdes" - nomenclatura que pode ocultar grande dose de ilusão - essa análise se torna mais importante, exigindo atenção permanente às mudanças de tendências. O bom emprego de hoje não deve se transformar em limitação de oportunidades amanhã. Há muitas evidências de que o futuro nos reserva grandes doses de transformações, não apenas a partir da necessidade de reduzir os efeitos das mudanças climáticas, mas também como resposta aos outros desafios da globalização.
Mesmo em carreiras tradicionais é possível inovar, quando se aplica a elas os novos paradigmas da sustentabilidade. No momento de fazer escolhas, o essencial é pensar estrategicamente.

Luciano Martins Costa - Jornalista e escritor, consultor em estratégia e sustentabilidade

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